“Dias tornaram-se semanas, semanas tornaram-se meses, e então em um dia nada especial, eu fui até minha máquina de escrever, me sentei e escrevi nossa história. Uma história sobre uma época, uma história sobre um lugar, uma história sobre as pessoas. Mas acima de todas as coisas uma história sobre amor. Um amor que viverá para sempre.” (Moulin Rouge)

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domingo, 1 de março de 2015

CAPÍTULO 20


Ela me faz tão bem...

       "Pronto, filha agora podemos conversar sossegadas" - Sol não fica surpresa ao encontrar Vanessa na escola a sua procura

            "Como sabe que eu quero conversar?" - Van tenta relaxar, mas o corpo fala e o seu não escondia a tensão

       "Primeiro porque você é minha filha e te conheço antes mesmo de você nascer, segundo que você não ta fazendo muita questão de esconder e pra ser bem sincera eu estava mesmo esperando que você me procurasse"

           "Então já que a senhora sabe tudo, pode me explicar o que tá acontecendo?"

           "Você tá mais leve, feliz, seus olhos carregam um brilho intenso"

           "Eu não estou apaixonada nem nada disso"

          "E quem falou em paixão? Só falei como estou te vendo, agora se isso significa que você está apaixonada quem está falando é você"

           "Ah mãe"

           "O que tanto te angustia, filha?"

           "Tenho medo..."

           "De ser feliz?"

           "De depender de alguém pra ser feliz..."

           "Que ironia" - Sol divaga

           "O que?"

        "Você teme depender de alguém pra ser feliz, mas é você quem mais sabota sua felicidade"

       As palavras de Sol deixaram Van sem saber o que responder e colocaram mais dúvidas na cabeça dela. E pra aumentar ainda mais a desordem em sua mente Van recebe uma mensagem de Clara a convidando pra jantar em sua casa com alguns amigos e sem dar muito tempo pra analisar respondeu confirmando sua presença. Sol sugeriu que a filha fosse pra casa relaxar até a hora do jantar, e assim ela fez, ficou na casa da mãe e se esforçou pra não pensar nas coisas que tanto a aflige.

WPP on

       Clara - "Se quiser pode dormir aqui é perigoso voltar sozinha a noite e tal #vaiquecola #dizqueSIM"

          Van - "Agradeço sua preocupação comigo"

         Clara - "Vou fazer uma massa especialmente pra ti ;)"

         Van - "Agora sim, vou me arrumar. Beijo"

WPP off

         Nada deixava Clara mais feliz do que poder reunir seus amigos pra jogar conversa fora, ouvir música, beber um bom vinho e dar boas risadas. E nessa noite ela não poderia estar mais feliz, alguns de seus amigos já estavam espalhados pela sala, e ela aguardava com ansiedade sua convidada especial. De todos seus amigos, May era a única que sabia sobre a Van e isso estava lhe deixando um pouco ansiosa. 

         "Você demorou, achei que tivesse desistido" - Clara fala após deixar um beijo na bochecha de Van 

          "O Jack fez um drama na hora que eu ia sair"

          "Você tava na sua mãe?" - Clara pergunta confusa sabendo que os cães ainda estavam na casa de Sol

          "Sim, precisava conversar umas coisas com ela"

          "Entra, só faltava você, vou te apresentar a galera"

         Vanessa ficou totalmente sem graça com todos aqueles olhos lhe avaliando enquanto Clara a apresentava, ela reconheceu alguns rostos conhecidos e percebeu que esses mesmo torceram um pouco o nariz com a sua presença, ela só sentiu aliviada quando encontrou May com Max em seu colo sentados no chão desenhando. Ela não pensou muito antes de se juntar a eles ignorando os olhares que recebia. 

        "Gostei da entrada triunfal" - May brinca pra quebrar o clima e consegue arrancar um sorriso de Vanessa

       "Acho que você foi a única" - Vanessa fala observando que um dos amigos de Clara não parava de encara-la

       "Não liga, eles só estão curiosos ainda mais depois da animação com que a Clara te recebeu"

         Vanessa realmente tentou relaxar. 

       Clara tentava incluir Vanessa nas conversas com seus amigos, mas ela preferia ficar na companhia de May e Max. Em determinado momento precisou se afastar pra atender o celular, era um dos plantonistas da clínica, por sorte não era nada grave e antes que ela voltasse para sala ouviu umas pessoas conversando e falavam da Clara, inevitavelmente ela acabou ouvindo.

        "Ainda bem que o PH não veio, já imaginou o clima?"

       "Mas ele sabe que a Clara não quer nada sério com ninguém, muito menos com essa menina que não tem nada a ver com a ela"

        "Será que a Clara tá mesmo ficando com ela?"

        "Eu perguntei, mas ela só fez rir e não respondeu"

        "Não duvido de nada, a gente sabe que a Clara pega mesmo"

        Vanessa se sentiu enjoada com aquela conversa e decidiu que não ficaria ali mais nem um minuto sequer, por isso foi em direção a May para se despedir e foi surpreendida por Clara que a abraçou por trás.
  
         "Tava te procurando"

      "Fui atender o celular, preciso ir embora, problemas na clínica" - Ela fala séria sem esconder que algo a incomodava, mas Clara imaginou que fosse o problema na clínica

       "Tem certeza que não dá pra resolver por telefone? Já está tarde pra você ir sozinha pra lá"

        "Não estrague sua festa se preocupando comigo, já estou acostumada a dirigir a noite, obrigada pelo convite estava tudo ótimo, agora preciso ir" - Depois dessa Clara não tem mais dúvida que o problema não é a clínica

       "Vem comigo" - Clara não dar tempo pra ela negar e sai puxando Vanessa até seu quarto - "O que tá acontecendo?"

       "Já falei, problemas na clínica, preciso ir" - Ela tenta passa pela Clara, mas é travada

      "Você não sabe mentir, mas ok, se não quer falar não vou insistir" - Clara se aproxima pra dar um selinho, mas Vanessa vira o rosto e Clara beija sua bochecha

       Sem dizer mais nada Vanessa sai do quarto indo direto para a porta de saída sem falar com mais ninguém. Ela agradeceu por chegar em casa e não encontrar sua mãe lhe esperando, não queria ter que falar sobre o jantar. Foi direto para o seu antigo quarto, onde seus filhos estavam, se jogou na cama e ficou agarrada a eles até finalmente conseguir dormir.

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       "May, você viu se aconteceu alguma coisa que possa ter chateado a Van?"

       "Ela tava um pouco desconfortável com alguns olhares, mas não acho que isso a tenha chateado a ponto de querer ir embora"

       "Ela realmente saiu pra atender o celular?"

      "Sim e era mesmo alguém da clínica, pelo menos foi o que ela disse antes de sair pra atender, o que aconteceu?"

       "Não sei, ela parecia mais irritada do que preocupada"

       "E você não perguntou o que estava acontecendo?"

      "Ela insistiu na história da clínica, mas tenho certeza que não é isso, você acha que fiz alguma coisa que possa ter a deixado chateada?"

      "Não, relaxa Clara, depois vocês conversam"

     Mais tarde Clara ainda mandou uma mensagem perguntando se Vanessa tinha chegado bem e como estavam as coisas na clínica, mas não teve resposta.

    No dia seguinte Clara chegou cedo na ONG querendo falar com a Vanessa antes começar suas atividades, mas descobriu que a mesma não tinha dormido em casa e que também não houve nenhum problema na clínica que precisasse de sua presença lá ontem a noite, isso só deixou Clara ainda mais intrigada, afinal o que aconteceu pra fazer Vanessa querer ir embora daquele jeito?

      Desde a hora que chegou a ONG, Vanessa ficou trancada em seu escritório, não queria correr o risco de esbarrar com a Clara. Esta, por sua vez, fez de tudo pra encontrar a outra, mas não conseguiu. Cansada de esperar que Vanessa aparecesse, Clara foi até o escritório, era sua última esperança de encontrá-la e grande foi a surpresa ao se deparar com ela as gargalhadas saindo de sua sala com uma loira baixinha de corpo escultural.

      "Pelo visto já conseguiu resolver todos os problemas, né?"

     "Na verdade consegui resolver ontem pelo celular e acabei ficando lá pela minha mãe mesmo" - Ela responde de forma despreocupada e relaxada, a conversa com a amiga e ex a tinha deixado de ótimo humor - "Ah, deixa eu apresentar, essa é minha grande amiga Pepa, e Pepa essa é a Clara uma das estagiárias que está nos ajudando aqui na ONG

     Clara deu um sorriso falso e logo saiu dizendo que precisava voltar as suas obrigações de estagiária. 

Escrita por @MahStewart1

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 19


Ela me faz tão bem...

         May não sabia mais o que fazer, Max não parava de chorar manhoso querendo a mãe. Durante a noite o pequeno acordou algumas vezes assustado sem saber onde estava e a situação piorava quando ele se dava conta que Clara não estava por perto, mas ela com muito carinho e paciência o colocava pra dormir novamente prometendo que no dia seguinte eles voltariam para chácara, mesmo que não fosse esse o plano inicial, ela não poderia deixar o menino chorando com saudade da mãe. Ela só esperava que as meninas tivessem aproveitado o tempo a sós.

       Antes de sair May ligou para Thais avisando sobre a mudança nos planos e ela também decidiu voltar, não quiseram incomodar Dona Solange e partiram rumo a chácara. No caminho elas tentaram entrar em contato com as meninas, mas nenhuma das duas atendia o celular, deviam estar dormindo ainda. Max tava agitado querendo ver logo a mãe e a May rezava para que a amiga não tivesse nua jogada pela casa.

          "Tem que ficar quietinho porque a mamãe e a tia Van ainda devem estar dormindo" - o pequeno concordou com a cabeça e colocou o dedinho sobre os lábios fazendo sinal de silêncio

          "Clarinha?" - May bate na porta e chama por Clara, mas ela não responde

          "mamãe" - Max também chama

      No quarto, Vanessa e Clara estão dormindo profundamente depois de uma noite intensa.

         "Espera um pouquinho, Max" - May abre um pouco a porta só pra verificar como estar o ambiente e encontra as duas dormindo abraçadas cobertas pelo lençol - "Clara" - May chama um pouco mais alto notando as meninas resmungarem - "Acorda, Clara"

         "Hmm" - Clara abre um pouco os olhos buscando quem estava lhe chamando

       "Psiu" - May chama achando graça - "Estão decentes? Não queria atrapalhar, mas o Max tá todo dengoso e com saudade tive que trazê-lo" - May explica e na mesma hora em que escuta o nome do filho Clara senta na cama se recuperando

       Pra fazer graça, Clara levanta o lençol verificando se ela e Van estavam vestidas e arranca risadas de May - "Pode entrar boba, cadê meu pequeno?" - May abre mais a porta e Max entra correndo e pula na cama abraçando a mãe

      "Tia May judiou do meu bebê?" - Clara falava toda manhosa com o pequeno que estava ainda mais dengoso

      "Fiz todas as vontades dele, mas a única coisa que ele queria era você. Ele acordou várias vezes a noite te procurando, se não tivesse estampado na sua cara o quão maravilhosa foi sua noite eu certamente estaria me sentindo a pior pessoa do mundo" 

        "Obrigada, foi realmente maravilhosa" - Ela diz sem esconder o sorriso de satisfação

       "Olhando assim não sei se tô com mais dó do Max ou da Van" - Ela diz ao notar que a Van nem notou que o quarto foi invadido - "Matou a mulher?"

        "De prazer" - Ela responde maliciosa e May segura a gargalhada

       "Ok, vou deixar vocês descansarem" - Clara ouviu a gargalhada da amiga no corredor

       "Van?" - Max pergunta apontando pra Vanessa

      "Ela tá dormindo filho, e esses seus olhinhos me dizem que você quer dormir"

       "Sono mama"

      "Vem, deita aqui com a mama" - Clara deita e Max fica sobre ela dormindo quase que imediatamente 

        Depois de May relatar a cena que viu, ela e Thais acharam melhor voltarem para casa e deixar que as amigas curtissem o resto do final de semana em "família". Escreveram um bilhete e deixaram anexado a geladeira.

    Enquanto isso, Clara, Max e Vanessa dormiam tranquilamente. Em um determinado momento Vanessa se remexeu na cama sentindo falta do calor do corpo de Clara lhe abraçando e ao se virar ficou sem entender como o Max havia aparecido ali no meio delas. O menino dormia com a chupeta na boca, com uma perninha sobre Clara e agarrando o braço da mãe. Rapidamente Van procurou seu celular, aquela cena era linda demais para não ser registrada, e assim ela fez. Depois de ficar um tempo sorrindo para cena mais linda do mundo, ela decide levantar.

        "Vai pra onde?" - Clara pergunta ainda sonolenta

     "Banheiro, volte a dormir" - Van disse, mas Clara resolveu esperar por ela - "Te acordei?"

       "Tava te esperando, vem deitar, tá cedo ainda"

      "Como ele veio parar aqui?" - Ela pergunta deitando e tirando os cabelos dos olhos de Max

      "A May trouxe, disse que ele tava chorando, ela entrou aqui, mas você nem se mexeu" - Ela chega mais perto deixando Max bem aconchegado entre elas e dá um selinho em Van -   "Vamos aproveitar que ele tá cansado pra dormimos mais um pouco"

     Horas mais tarde, quando acordaram, Clara ficou responsável por preparar o almoço enquanto a Van cuidado do Max, na verdade ela parecia mais criança ele. Correram pela chácara toda, brincaram com os bichinhos e quando Clara os chamou para almoçar, Vanessa levou uma bronca porque estavam os dois sujos, tipo muito sujos. Mesmo resmungando os dois subiram para tomar banho.

       Depois do almoço, Max continuava agitado, mas Clara não deixou que eles voltassem a se sujar, então ficaram dentro da casa desenhando e assistindo filmes, no final da tarde Clara começou a se preparar para ir embora, mas Van a convenceu a passar mais essa noite na chácara, alegando que já estava escurecendo que seria perigoso ela dirigir sozinha com o Max e ainda sugeriu que ela tirasse o dia seguinte de folga. 

   Enquanto tomava banho para dormir Vanessa tentava entender o que estava acontecendo com ela. A atração que sentiu pela Clara desde que se conheceram era normal, afinal, Clara é uma mulher linda e extremamente sensual. E quanto mais ela a conhecia, mais atraída ela se sentia. Não apenas fisicamente. E durante esse final de semana as coisas ganharam uma proporção ainda maior, tanto que ela sentiu um vazio absurdo quando viu Clara arrumando suas coisa para ir embora, por isso ela inventou uma desculpa qualquer para que tivesse sua companhia por mais uma noite. Mas como seria nos dias seguintes? O que tava acontecendo com ela, afinal? Desde quando Vanessa precisa da companhia de alguém pra conseguir dormir? Ela não tinha resposta para nenhuma de suas dúvidas, mas ao sair do banheiro e encontrar Clara e Max lhe esperando sorrindo, ela teve a confirmação que aqueles sorrisos estavam causando grandes mudanças na vida dela.

        No dia seguinte Clara acordou mais cedo porque ainda precisaria passar em casa para arrumar o Max e levá-lo a escola e tentou a todo custo acordar Vanessa para se despedir, mas não consegui, então se limitou a deixar um bilhete...


 "Bom dia, dorminhoca... 
Precisei sair cedo, ainda tenho que levar o Max na escola.
Van, muito obrigada pelo fds maravilhoso que você nos proporcionou
XoXo Clara e Max"

        Assim que ouviu a porta bater, Vanessa se permitiu abrir os olhos. Ela estava acordada desde cedo, aliás ela quase não dormiu. Seus pensamentos não deram trégua. E foi exatamente por se sentir perdida com tudo que estava acontecendo que Vanessa não teve coragem de acordar para falar com Clara. E foi assim durante todo o dia. No meio da tarde, já sem aguentar aquela agonia ela resolveu procurar a única pessoa que a conhecia por completo e poderia lhe ajudar, sua mãe.

Escrita por @MahStewart1

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 18



Ela me faz tão bem...

           E por horas seguidas só se ouvia gemidos, sussurros  e gritos vindos daquele quarto. Já não existia mais a preocupação com o tempo, com as pessoas lá fora e muito menos precisavam se conter por receio de serem descobertas em uma situação "constrangedora". Fizeram questão de conhecer e marcar cada pedacinho do corpo uma da outra.

             "Será que agora você pode me explicar onde está todo mundo e o que tava escrito naquele papel?" - Vanessa senta na bancada da cozinha enquanto Clara prepara um miojo pra elas e saboreiam um vinho

              "Todo mundo foi pra casa, Max ta na casa da May e seus filhos tão na casa da vovó... Não preciso explicar o porque eles fizeram isso né?" - Ela vira, ficando de frente pra Van e ri maliciosa

                Vanessa retribui o sorriso, mas logo depois fica pensativa, como se tivesse processando a informação

                 "Se os meninos foram embora com a minha mãe isso significa que ela fez parte disso?" - Ela fala para si mesmo sem disfarçar a vergonha

                "Deixa de frescura, Van. Sua mãe parece ser super de boa, além disso ela me adora, por isso confiou em mim pra tirar sua inocência" - Clara zoa não contendo a gargalhada

                "Idiota, quero saber se esse miojo ainda vai demorar muito?" - Van decide mudar de assunto e desencanar

                  "Relaxa, já vou servir ou você acha que vou te deixar passando fome? Esqueceu que minha sogrinha confia em mim, não posso decepcionar" - Ela lança uma piscadinha pra Van, que esnoba a provocação e senta pra jantar

                     Durante o jantar a conversa fluía com naturalidade, um assunto levando a outro. Clara contou histórias do período que morou no exterior, sobre o trabalho as oportunidades que teve por lá... Compartilharam histórias da adolescência, micos, shows inesquecíveis e durante a conversa elas foram descobrindo que havia ainda mais coisas em comum entre elas. Frequentavam as mesmas baladas, gostavam das mesmas bandas e até conheciam algumas pessoas em comum.

                        "Mano, não tô acreditando, certeza que se eu não tivesse passado tanto tempo fora nós ja teríamos nos conhecido" - Após o jantar, elas levaram o vinho para sala e ficaram sentadas sobre o tapete enquanto conversavam e bebiam

                        "Não sei se seríamos amigas, mas com certeza já teríamos nos esbarrados"

                        "Porque não seríamos amigas?" - Clara  pergunta sem entender

                      "Não gosto de uma parte dessa galerinha que você anda" - Diz dando de ombros sem dar muita importância

                   "Você não resistiria ao meu poder de sedução nem se eu andasse com o capeta a tiracolo" - Clara fala de forma bem canastrona

                      "Você se acha né peste?"
         
                     "Eu me garanto, é diferente" - Clara pisca e empina o nariz

               A sincronia entre Vanessa e Clara era algo muito forte. A dedicação e o amor que elas compartilhavam no trabalho, a forma como elas se divertiam juntas, a intensidade do desejo que rolava entre elas. E tudo isso acontecia quase ao mesmo tempo. Há minutos atrás elas estavam ofegantes desfrutando de um prazer nunca sentido antes, e agora estão conversando como duas amigas numa mesa de bar fofocando e trocando confidências. Aquela "relação" sem rótulos era o que muitos casais buscavam como ideal de felicidade - amigas e amantes quem compartilham objetivos, desejos e apoiam uma a outra independente da situação.

                     "Você já saiu com muitas mulheres?" - Van fica curiosa

                     "Algumas, mas nunca tive um relacionamento sério com uma mulher. E você?"

                  "Acho que fiquei com mais mulheres que homens e namorei sério uma delas" - Van revela despertando a curiosidade de Clara

                   "Uau, agora você me surpreendeu"

                   "Por que?" - Van sorrir achando engraçada a reação de Clara

                "Sei lá, ao mesmo tempo que você tem todo esse jeito de quem beija meninas você também faz a linha gostosona que os homens adoram"

              "As minhas experiências foram me fazendo brochar de homens, de uns anos pra cá fiquei com pouquíssimos"

                 "E que tipo de mulheres você curte?"

             "~gargalhadas~ não tenho muito isso de tipo, mas já peguei muitas meninas tipo boyzinhos" - Van revela arrancando muitas gargalhadas da Clara

             "Eu toda trabalhada na renda tentando te seduzir, e você gosta mesmo é de uma samba canção e camiseta larga" - Clara se faz de ofendida

             "Como se você precisasse se esforçar muito pra seduzir alguém"

       "Hm, então você me acha sensual?" - O clima de brincadeira entre amigas mudou completamente, Clara assumiu a postura de mulher fatal e apenas com a voz sussurrada e o olhar penetrante já estavam fazendo Vanessa se arrepiar

          "Principalmente quando você não se esforça pra isso" - Vanessa diz sem rodeios puxando Clara pra sentar em seu colo ficando cara a cara

           "Adoro quando você me pega assim"

           "Eu sei que gosta"

         E o papo entre amigas acabou ali mesmo.

        Vanessa atacou sem dó o pescoço da loira, a mão direita puxando os fios de cabelo da nuca dando mais espaço para ela trabalhar os chupões e mordidas, a mão esquerda apertava a cintura de Clara, que gemia sem se conter.

          "Você de rendinha é uma perdição" - Vanessa sussurra passando o dedo pela lateral da calcinha da Clara

          "Acheei  hm que gostasse daaas machinhos" - A voz sai estrangulada denunciada a excitação

       "Achei que você fosse ativa, mas geme como uma passivinha" - Vanessa provoca e com um puxão rasga a calcinha de clara lhe arrancando um grito de surpresa

          "aaaaaaaw" - Clara faz questão de gemer alto e rebolar sobre o colo de Vanessa, a enlaçado pelo pescoço

        "É uma putinha mesmo" - Avança roubando um beijo urgente e sem delicadeza, as mãos apertam a cintura aumentando o contato entre as intimidades e incentivando Clara a rebolar

         Os gemidos se misturam aos suspiros e o barulho da sucção dos beijos. Elas não precisavam ser discretas, e nem queriam isso. Vanessa levanta com Clara em seu colo e a joga sobre o sofá, tira a própria lingerie e se deita sobre a Clara, ficando entre as suas pernas. E sem aviso ou preparação, Vanessa penetra seus dedos em Clara alcançando seu objetivo ao ouvir os gemidos altos que a loira emitia quase sem fôlego.

        "Quem é a putinha aqui?" - Vanessa provoca tirando os dedos deixando Clara com uma sensação de vazio

         "Eu e você" - Ela responde entrando na provocação e deixa Vanessa mais irritada

         "Quem é a putinha aqui?" - Os dedos fazendo pressão no clítoris e na entrada de Clara, mas sem penetrar a deixando nervosa e prestes a gozar

      "Eu e você. ME FODE, PORRA" - Ela segura a mão de Vanessa fazendo com que ela a penetrasse de uma vez

E Vanessa deu o que a Clara tanto queria. Um orgasmos. Aliás, um não, vários. No sofá, no chão, na cozinha, na cama...



Escrita por @MahStewart1

sábado, 23 de agosto de 2014

CAPÍTULO 17





Ela me faz tão bem...

 POV VAN


“Você não perde uma oportunidade de tentar me seduzir.” – Pra que pediu uma toalha se ia subir a porra da escada praticamente nua e rebolando bem na minha cara, Vagabunda.

            “Tentar? Você não me parece nem um pouco resistente.” – Clara fala de forma sensual, sem ao menos olhar para trás.

            Tô muito fudida, sou capaz de gozar só ouvindo a voz dessa peste e ao que parece não estou disfarçando isso muito bem. Mas também não posso me culpar. Ela é uma puta de umaprovocadorazinha que sabe exatamente o que fazer pra me atingir, e eu sempre caiu. É definitivamente sou uma frouxa. Ela só não precisa ter tanta certeza disso, por isso trate de dominar a situação, Vanessa.

            Ela entra no quarto e me espera na porta, para trancar a mesma logo que eu passo. Eita porra! Eu finjo indiferença e me jogo na cama observando seus passos pelo quarto. Percebo pela respiração pesada dela o quanto a estou deixando irritada e não consigo segurar um risinho baixo. Mas isso foi o suficiente para ela se virar em minha direção com uma cara de assassina e se aproximar a passos lentos, deixando o clima ainda mais tenso...

            “Você vai entrar naquele banheiro agora e vai fazer tudo o que eu mandar. Você vai implorar pelos meus toques no teu corpo. E vai implorar de joelhos. Você vai gemer o meu nome tão alto que todo mundo vai ouvir e saber que não preciso tentar te seduzir e sabe por quê?” – Ok, eu não sabia mais como falar, apenas engoli a seco e neguei com a cabeça. – “Porque eu já te tenho aos meus pés. E o mundo lá fora pode desabar, mas você só sai daquele banheiro depois que gozar na minha boca porque a partir de agora você é a minha putinha, entendeu?” – Puta que pariu em qual foi o momento que ela me atirou na cama que eu nem senti?

            Quando me dei conta já estava a seguindo, igual uma cadelinha, até o banheiro. Eu tentava pensar em alguma coisa para me impor, para lhe mostrar quem era a putinha ali, mas eu estava hipnotizada. Eu nunca desejei tanto ser dominada por alguém como naquele momento.

            Ela me olha com desejo e fúria, muita fúria. O que só aumentava o desejo. Nem bem entramos no banheiro ela foi logo me jogando sentada sobre o vaso. Eu vestia apenas uma camisa de botão por sobre o biquíni, não seria difícil me deixar nua, mas ela parecia não ter paciência e simplesmente rasga a camisa, fazendo com que os botões voem pelo chão. Nossa mano, eu to adorando isso. Mas eu não queria ficar ali, tipo tem uma banheira aqui, porque ela tinha que me jogar logo sobre o vaso?

            “Vamos pra banheira.” – Tento me levantar, mas novamente sou empurrada sobre o vaso.

            “Tá difícil de entender que quem manda nessa porra sou eu? Cala logo a boca e me beija.”


            Ela senta no meu colo e não demoro a lhe obedecer. Obedecer? Essa mulher vai acabar comigo. Ela como sempre leva as mãos ao me cabelo e puxava os fios próximos a minha nuca. Eu a seguro na cintura com força, desejando que nossos corpos se fundissem. A vagabunda começa a rebolar fazendo com que o atrito entre as nossas intimidades aumentassem. Não contive o gemido.

            Fui subindo minhas mãos por suas costas e parei sobre o laço da parte de cima do seu biquíni, minha vontade era arrancar de uma vez, mas decidi entrar na brincadeira dela e aceitar minha “submissão”. 

            “Posso?” ­– Sussurro em seu ouvido aproveitando para arranhar com os dentes aquela região.

            “Agora!” 

            Ao mesmo tempo em que arranco aquele pedaço de tecido ela faz o mesmo comigo. Dessa vez não perco tempo pedindo permissão e avanço sobre os seus seios, ela não fez nenhuma objeção. Eu circulo minha língua ao redor do bico do peito dela e com a mão aperto o outro. E ela não para de rebolar em meu colo. E quando a brincadeira tava começando a ficar boa ela puxa meus cabelos, tirando o “doce” da minha boca. 

            Ela levanta e antes que eu possa sentir a sua falta ela já está novamente sentada em meu colo, mas dessa vez apenas em uma perna.Percebo imediatamente o quão excitada ela já está, e ela comprova que eu não estou em situação diferenteassim que passa de forma nada sutil o joelho sobre a minha intimidade.

            “Você gosta disso?” – Como eu poderia não gostar? Ela simplesmente está rebolando, se esfregando, roçando na minha perna, chamem como quiser, mas isso é muito sensual. – “Responde, eu quero ouvir.” – Ela pressiona meu rosto quase colando ao seu.

            “Muito, gooosto muito!” – Você gaguejando Vanessa? Era só o que faltava. 

            Ela se aproveita que meu rosto está em sua mão e começar a passar a língua. Primeiro no meu queixo. Depois entre meus lábios. Depois por todo o meu rosto. Uma gata selvagem. Minha perdição, definitivamente.


            “Será que eu devo parar?” – Ela vai diminuindo o ritmo de seus movimentos, mas eu, desesperadamente agarro sua cintura forçando que ela volte a se movimentar.

“Não para, não seja louca de fazer isso.” – Eu ameaço e ela imediatamente para e me encara com aquele olhar de assassina de novo. – “Por favor, eu imploro.”

“E o que você quer, afinal?” – Ela volta a se movimentar, ainda de forma lenta e torturante encostando, propositadamente, o joelho na minha intimidade.

“Aaaahwwwr!!!” – Maldita seja, além da pressão que a sua perna faz na minha intimidade, latejante, ela ainda me olha desse jeito? – “Me fode, porra!” – Eu grito já sem aguentar.

E na mesma hora sinto a calcinha do meu biquíni ser rasgada com violência e sou arrastada para a banheira. Mas só ela entra, enquanto isso ela me joga sentada com as costas apoiadas na parede e sem mais rodeios minhas pernas são afastadas uma da outra, me deixando totalmente exposta a ela. Aos seus desejos.

Ela se afasta um pouco e começa a beijar pés, fazendo questão que eu ouça seus suspiros e gemidos a cada lambida. A cena não podia ser mais erótica. Seus olhos estavam escuros de desejo, deveriam ser o reflexo perfeito dos meus naquele momento. Todas as suas ações pareciam milimetricamente calculadas com um único intuito. Me enlouquecer.

Se a intenção é me levar a loucura ela merecia nota máxima. Eu nem sei como ainda estou respirando. Tento a todo custo que ela chegue logo ao meu ponto de prazer e apague um pouco desse fogo, mas ela quer prolongar esse momento ao máximo.

“Por favor, Clara, eu não aguento mais” – Implorei mesmo. 

Não sei se por pena de mim ou por também não estar mais suportando, ela finalmente atendeu meu pedido. Não existia sensação no mundo melhor que aquela. Seus lábios e língua me chupando como se eu fosse o doce mais saboroso do mundo. Nossos gemidos se misturando aos sons da sua boca indo de encontro a minha intimidade totalmente molhada só servia para nos deixar mais excitadas.

“huuuuuuum!!!!” – OMG que ninguém resolva passar perto desse quarto.

“raaanwn!!”

“Tá gostando né, putinha?”

            “Já tive... aaaah melhores.” – Merda, não dava para negar ela era boa, muito boa. E ficava ainda melhor quando era contrariada – “Vagabunda!”

            “Sua puta!” – Ela diz antes de sugar tão forte não somente meu gozo como também a minha alma. 

            Meu corpo todo tremia. Eu tentava puxar o ar a todo custo, mas tava difícil, principalmente porque mesmo depois de atingir o orgasmo ela continuou me chupando. Quanto mais os segundos passavam mais sentia espasmos pelo meu corpo. Senti que ela não estava diferente quando se afastou abruptamente de mim encostando as costas na banheira e tentando puxando o ar.

            Eu me deixei cair dentro da banheira, a água ainda um pouco morna ajudando a relaxar os meus músculos aos poucos. Aquela lerdeza gostosa pós-orgasmo foi tomando conta de mim e acabei fechando os olhos. Mas logo em seguida os abri, quando a senti sentando em meu colo e beijando meu pescoço, ainda sem forças para falar apenas sorrir e soltei um leve gemido de satisfação.

            “Não dorme, ainda tem um mundo nos esperando lá fora.” ­– Ela sussurra ao meu ouvido e massageia meus ombros.

            “Eu já fui liberada?”

            “Já conseguir o que queria de você.”

            “Já? Tsc como você se contenta com pouco.”

            “Você não aprende, né? Adora me provocar, só fala isso porque sabe que a qualquer momento ouviremos choros e latidos sentindo a nossa falta.”

            “Blábláblá...”

            “Vanessa, eu acabei de te fazer implorar para eu te foder, vai mesmo querer ficar tirando uma com a minha cara?”

            “Tô morrendo de medo, agora chega desse falatório antes que eu durma de tédio.” – Pronto, atingi ela em cheio. Nem bem terminei de falar ela já estava me beijando com luxúria, não agüentei e rir ganhando um tapa na cara, que só fez me deixar ainda mais acesa, mas antes que invertesse as posições ouvimos um barulho e o que parecia ser um choro.

            “Ouviu?”

            “Parecia ser o choro do Max. Termina seu banho, vou ver o que tá acontecendo.” – Ela vestiu o biquíni de forma apressada e desajeitada, colocou o roupão e saiu do banheiro.

            Esperei para ouvir o barulho da porta do quarto, mas nada aconteceu. Depois de algum tempo, finalmente ouvi o barulho e logo em seguido escutei passos, que imaginei serem dela voltando e realmente era.       Eu só não poderia imaginar o que acontecia, logo em seguida quando ela entrou com um pedaço de papel em suas mãos e um sorriso diabólico em seu rosto.

            “Preparada para implorar mais um pouco? Hoje você tá fudida, sua Vagabunda.”


            Eu nem tive tempo de processar aquela informação, aliás, eu nem sabia o que tinha escrito no tal papel. Mas uma coisa eu tinha certeza, naquela noite eu morreria de tanto sentir prazer. E eu morreria implorando por mais.
               

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

CAPÍTULO 16



Ela me faz tão bem...



       “O dia estava perfeito. Um sol maravilhoso no céu. A praia não muito lotada. Tô eu aqui deitada na areia colocando o bronzeado em dia e assistindo a cena mais linda do mundo. A mina mais gata do mundo, que por acaso é minha namorada correndo e brincando com o nosso príncipe. Os dois corriam gargalhando em minha direção, logo me sentei para receber Max em meus braços e em seguida ganhar um selinho de Clara”

Mas de repente as sensações mudam. A areia fofa é substituída pelo conforto da cama. O calor do sol também não existia mais. Ao invés dos selinhos, Vanessa passa a sentir cutucões em seu rosto. Parece que alguém estava despertando Van de seu sonho, aos poucos ela vai abrindo os olhos e se depara com o sorriso fofo de Max, talvez o sonho esteja apenas começando.

“codei” – Ele fala já com o seu típico sorriso fofo

“Bom dia, príncipe!” – Van enche o pequeno de beijinhos pelo rosto – “Vamos acordar a mamãe? Ataque de beijinhos, Max.” – Os dois avançam sobre Clara fazendo cócegas e distribuindo beijinhos até ela acordar sorrindo.

“Coisa boa acordar assim.” – Clara fala recuperando o ar depois da crise de risos matinal, Max estava deitado sobre sua barriga e Vanessa estava deitada de lado virada pra eles – “Ele te acordou foi?”

“Tava sonhando mó de boa quando senti alguém apertando meu rosto.” – Ela conta sorrindo.

“O Jack não nega que é seu filho, preguiçoso.” – Clara observa o cão dormindo com uma pata sobre o corpo de Vanessa.

“Achei que fosse falar da nossa beleza.” – Van zoa – “Ele é um bebezão e odeia acordar cedo.”

“E que tal um banho de piscina pra ver se a beleza é isso tudo mesmo?”

“pitchina” – Max levanta empolgado.

Vanessa, como sempre, não conseguiu ficar imune aos desejos de Max e não pensou duas vezes antes de trocar de roupa e pular na piscina. O sol ainda estava fraco, o que era ideal para uma criança. Os três se divertiam. Clara ensinava o filho a nadar e grande foi a sua surpresa ao descobrir que Vanessa também precisava de aulas.

“Digam xiiis, família feliz.” – Thais diz surpreendendo o casal e tirando uma foto.

“Que susto, viada!” – Van fala sem pensar para logo em seguida gritar de dor pelo beliscão de Clara em seu braço a repreendendo pelo “palavrão” na frente de Max.

“Tá se assustando muito fácil Van, tava aprontando alguma coisa?” – Marina diz com a voz carregada de malícia.

“Cala a boca, Marina!” – Vanessa fala antes de colocar Max em suas costas e nadar com ele.

“tala a boca” – Max imita a Van e ainda tenta fazer uma carinha de bravo.

“Isso, toca aqui Max.” – Van levanta mão e o menino bate.

“Que é isso, Vanessa? Tá querendo deseducar meu filho?” – Clara fala séria e Van pede desculpa com o olhar.

“Bota moral Clara, meu sonho é ver a Vanessa pagando de passiva.” – Thais fala e Clara não contém a gargalhada mesmo sob o olhar de reprovação de Vanessa.

“Vão se... AAAAAiii!!” – Clara dar um tapão no braço de Vanessa.

“De novo, Vanessa?”

“Ai mano, doeu.” – Ela diz resmungando e Max dar um beijinho nela querendo consolá-la. – “Pelo menos você gosta de mim.” – Van faz drama.

“Teu sonho não vai demorar pra acontecer, amor.” – Marina diz observando a cena.

Vanessa fez o movimento de virar e tentar sair da piscina, mas Clara a puxa lhe dando um selinho demorado.

“Chega, parem de implicar com ela. E vamos já sair dessa piscina porque ainda nem tomamos café.”

“Humm!!!Dormiram juntas foi?” – Thais fala com a voz carregada de malícia.

“Eu, ela, meu filho e dois cachorros.” – Clara brinca arrancando risada de todos.

“sair não, van” – Max se agarra ao pescoço de Van quando ela vai em direção a escada para sair da piscina.

“Tá bom, só mais um pouquinho.”

“Vanessa” – Clara chama sua atenção.

“Só mais um pouco Clara, daqui a pouco o sol vai ficar muito forte e ele não vai mais poder ficar aqui.” – Van tenta persuadi-la.

“Mas ele ainda não comeu nada, nem você.” – Ela fala já enrolada no roupão.

“Tem iogurte, fruta e um monte de coisa na geladeira traz alguma coisa e ele come aqui mesmo, né Max?”

“aqui mamã”

            Clara se deu por vencida e foi preparar o café da manhã acompanhada por Thais e Marina, que ficaram o tempo todo tirando uma com a cara de Vanessa e Clara, mas a loirinha não deixou barato. Clara preparou uma bandeja recheada e levou até a piscina enquanto as outras duas ficaram na cozinha preparando o café delas.

            Sol e Sergio, seu esposo, chegaram quando as meninas ainda tomavam seu café. Não muito depois May chega, agora a festa estava completa. Sergio preparava o churrasco e Coyote acompanhava tudo de perto querendo aprender. Clara prepara algumas saladas na cozinha e tem a companhia de Sol, enquanto as outras meninas brincam com Max.

            “Dá pra entender porque a Van gosta tanto daqui, essa casa é ótima.” – Clara comenta querendo iniciar uma conversa.

            “Até você? E eu achando que estava ganhando uma aliada.” – Sol fala pra si, deixando Clara totalmente confusa.

            “Como assim? Não acredito que alguém não possa gostar desse paraíso.” – Clara sorrir.

            “Eu gosto da chácara, afinal acompanhei de perto todo o sacrifício que a Van fez pra conseguir realizar esse sonho. Eu não gosto do que ela se tornou.”

            “Desculpa Sol, mas continuo sem entender.”

            “Logo no começo, quando a chácara foi construída vínhamos sempre passar os finais de semana aqui, reuníamos alguns amigos. Era um lugar para descansar e se divertir, mas a Vanessa passou por um momento difícil e começou a se enclausurar aqui. Ela trabalhava praticamente 24horas por dia, se escondia do mundo e aqui virou o refúgio perfeito. Ela já não voltava mais para casa como sempre fazia nos finais de tarde. Eu vinha sempre pra tentar mostrar que ela tava destruindo a própria vida, mas ela é muito teimosa. Enfim, eu amo isso aqui, mas queria que minha filha voltasse a ter uma vida fora daqui. E eu meio que tava contando com você pra isso” – Ela confessa se virando de frente para Clara terminar seu desabafo.

            “Eu gosto daqui, mas concordo que não é saudável morar e trabalhar no mesmo lugar, ainda mais se tratando de alguém tão bitolado em trabalho como a Vanessa. Não sei como imagina que eu possa ajudar, mas pode contar comigo.” – Clara sente uma vontade absurda de abraçar Sol e assim o faz.

            “Você já está ajudando, sabe há quanto tempo ela não reunia alguns amigos aqui? MUITO tempo.” – Sol fala agora olhando pela janela da cozinha e assistia Vanessa correndo e tentando escapar de Max e os cachorros que a perseguiam.

            “Amor,lembrou de fazer o salmão da Vanessa?” – Sergio interrompeu a conversa.

            “Não, mas já vou fazer.”

            “Se quiser eu posso fazer, enquanto você leva as saladas e arruma a mesa.” – Clara se prontifica e Sol aceita.

            Clara precisava ser rápida já que todos já se reuniam ao redor da mesa para almoçar, por isso decidiu apenas grelhar o salmão com ervas finas. Alguns minutos depois ela chega com a bandeja a mesa.

            “Tava preparando um prato especial? Hum, adoro salmão!” – Thais alfineta já entendendo a situação.

            “Nem ouse, esse salmão é meu.” – Vanessa foi mais rápida e puxou a bandeja pra perto dela.

            “Larga isso agora, Vanessa. Olha o tanto de salmão que tem aí, não me mate de vergonha.” – Sol falou séria.

            Todos prendiam o riso, até mesmo Sol, a única que se mantinha emburrada era Vanessa, que se servia e resmungava coisas que ninguém entendia.

            “Eu guardei alguns pedaços no forno.” – Clara sussurra no ouvido de Vanessa e aquilo foi o suficiente pra espantar o mau humor.

            O almoço foi regado a muitas risadas, talvez as cervejas e caipirinhas tivessem influência, ou não. Devia ser alegria mesmo. Todos compartilhavam história engraçadas como se já se conhecem há anos. May já fazia planos de receber todos em Los Angeles, a conversa parecia não ter fim. O almoço há muito já tinha se encerrado, mas todos permaneciam sentados conversando.

            Max foi o primeiro a dar os primeiro sinais de cansaço, se deitando no colo de Clara e lutando para manter os olhinhos abertos.

            “Não é melhor levar ele pro quarto?” – Vanessa pergunta a Clara

            “Tem alguma rede por ai? Aqui fora tá tão ventilado.”

            “Claro, vou buscar.”

            Logo várias redes estavam espalhadas pela varanda da casa, os homens foram os primeiros a se entregarem, logo Clara foi se deitar com Max e Van já estava quase caindo da cadeira de tanto sono, mas ela tava gostando demais de assistir Clara e Max.

            “Vamos pra piscina meninas?” – May, Thais e Marina já estavam de biquíni

            “Não quero deixar o Max sozinho na rede.” – Clara fala

            “Eu fico com ele, to mesmo precisando descansar um pouco.” – Vanessa se oferece.

            Vanessa estava realmente cansada, não demorou muito para ela se entregar ao sono com Max deitado sobre sua barriga. Enquanto isso as meninas tentavam não fazer muito barulho na piscina, mas as brincadeiras estavam tomando um caminho que já não dava para controlar os ânimos.

            “Vocês já dormiram juntas algumas vezes não é possível que não tenha rolado nada.” – May insistia.

            “Fica meio difícil rolar alguma coisa quando se tem filho pequeno e um monte de cachorro.” – Clara diz sem esconder a frustração.

            “Isso não é desculpa e a Vanessa não é o tipo de pessoa que perde tempo, conta essa história direito.” – Thais tenta descobrir alguns detalhes.

            “Claro que já demos uns pegas, mas nunca passou disso.”

            “Olha as coisas melhorando.” – Marina fala empolgada e recebe um olhar nada amigável de Thais.

            “Eu já estava te estranhando, amiga. Te conheço muito bem e a Vanessa não me parece ficar muito atrás no quesito em questão.” – May opina.

            “Naquele dia da festa eu achei que elas fossem se comer ali mesmo.” -Thais, como sempre exagerada.

            “Nem me fale.” – Clara suspira.

            “Mas eu já deveria saber que não tinha rolado de fato.” – Thais divaga.

            “Hãm?” – Clara pergunta sem entender.

            “Digamos que a Van seja muito intensa.”

            “Oh mygod, pois no dia que rolar as duas ficam sem andar porque a Clara não fica atrás.” – May entrega e todas caem na gargalhada.

            “Gosta de apanhar, Clarinha?” – Marina pergunta curiosa.

            “Acho que vale tudo na hora do sexo se as duas pessoas tiverem afim, claro. Adoro uns bons tapas e puxões de cabelo, mas também gosto de bater.” – Ela confessa.

            “Isso vai ser quente.” – May fala baixo e as meninas riem.

            “Já ficou com mulheres, May?” – Agora foi a vez de Thais ganhar um olhar furioso de Marina.

            “Nada sério, só alguns selinhos em amigas.”

            “Não por falta de oportunidade, acho que a May é uma hétero convicta.” – Clara brinca.

            “Uma pena.” – Thais implica e dessa vez leva um tampão no braço.

            “Não gosta de apanhar Thais?” – Clara faz graça.

            “Quer ver do que eu gosto?” – Thais prende Marina contra a borda da piscina e a beija cheia de desejo.

            “UHUUUL!!!”

            “Hey, tem gente querendo dormir.” – Vanessa levanta de rosto inchado e cara emburrada.

            “Enquanto você dorme, nós desfrutamos da companhia da sua mina.” - Thais provoca.

            “Não provoca, Thais. Pega uma toalha pra mim. Van, vou logo tomar meu banho antes que o Max acorde.” – Clara se prepara pra sair da piscina.

            “Vem comigo?” – Clara não esconde as segundas intenções ao convidar Vanessa para o banho e antes mesmo que ela responda. – “Meninas, vocês podem dar uma olhada no Max pra mim?” – Ela pisca.

            “Não façam nada que nós não faríamos.” – É a vez de May brincar com elas.

            “Hey, tenho um plano.” – Thais sussurra e nem precisou explicar mais nada para que as outras entendessem do que se tratava o tal plano.

            “O que vocês tão aprontando, heim?” – Sol perguntando depois de ouvir o pedido de Thais.

            “Ah Tia Sol você já entendeu, só queremos dar um pouco de sossego pra essas duas mães de família.” – Thais diz na maior cara de pau.

            “Tá bom, eu levo os meninos comigo, mas vou deixar claro que fui coagida. E o Max?”

            “Ele vai comigo, vai ser um pouco difícil convencê-lo que minha casa é melhor que isso aqui, mas nós nos entendemos bem.” – May explica.

            “Só espero que elas não surtem.” – Sol fala se rendendo ao plano.

            “Elas vão nos agradecer, pode apostar.” – Thais fala com a voz carregada de malícia.

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